sábado, 20 de março de 2010

GLAUCO VILAS BOAS



Quando se conviveu com alguém que perde a vida de forma brutal, dá uma sensação que a vida, assim como a literatura, não são feitas de bons sentimentos. O assassino que matou o cartunista Glauco, que por sinal acreditava que era Jesus, talvez, quando este assassinou o cartunista estivesse possuído pelos paradoxais sentimentos que alimentam a vida e a literatura. Ao contrario de John Lennon, Glauco Vilas Boas não se achava mais famoso que Jesus Cristo, entretanto fora assassinado por louco, que assim como o louco que matou Lennon se achava uma santidade. O pouco que convivi com o cartunista Glauco, entre uma sessão do Santo Daime e uma conversa sem maiores compromissos, mostrou-me que o Cartunista era um portador de uma ironia fina, um coração bom e de um sorriso tímido, que encantava pela sutileza. Perdemos um bom coração.

DIA INTERNACIONAL DA MULHER



No mês em que se comemora o dia Internacional da Mulher, eu não encontrei palavras para falar ou fazer um pequeno verso sobre a condição da mulher, e eu atribuiu essa minha incapacidade para falar da mulher, com ternura e poesia, a um processo de insensibilidade que vem tomando conta de mim, e as razões para esse processo de insensibilidade que vem tomando conta da minha alma são muitos. Um deles, é que a poesia é uma pele que protege, ou protegia o ser humano da realidade sangrenta, que ele sempre viveu; e com o tempo, essa pele poética fora destruída pela isolação corrosiva dos fenômenos da vida. E por isso o mundo anda despido de pele poética. E quanto a mim, estou preso a essa interdependência dos modos criativos e destrutivos que rege a vida. O que isso tem haver com o dia Internacional da Mulher? Tudo!