Quando se conviveu com alguém que perde a vida de forma brutal, dá uma sensação que a vida, assim como a literatura, não são feitas de bons sentimentos. O assassino que matou o cartunista Glauco, que por sinal acreditava que era Jesus, talvez, quando este assassinou o cartunista estivesse possuído pelos paradoxais sentimentos que alimentam a vida e a literatura. Ao contrario de John Lennon, Glauco Vilas Boas não se achava mais famoso que Jesus Cristo, entretanto fora assassinado por louco, que assim como o louco que matou Lennon se achava uma santidade. O pouco que convivi com o cartunista Glauco, entre uma sessão do Santo Daime e uma conversa sem maiores compromissos, mostrou-me que o Cartunista era um portador de uma ironia fina, um coração bom e de um sorriso tímido, que encantava pela sutileza. Perdemos um bom coração.
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