segunda-feira, 27 de julho de 2020

O CONTRATO SOCIAL


Por Adu Verbis

O Contrato Social 

A premissa que preconiza que em estado de natureza o homem é livre, é uma premissa que de certa forma busca suavizar a ideia de que na natureza há uma hierarquia competitiva entre os homens e que é a disputa e a competição que determina quem de fato é livre e quem impõe as regras na cadeia competitiva. 

Pois, a liberdade é construída por meio da disputa e da competição e com os recursos disponíveis na natureza e da natureza de cada um na disputa. A premissa de que em estado de natureza, o homem é livre, é uma forma de contrapor a ideia de que “O homem é o lobo do homem. E uma forma de justificar, que apesar do ardor da competitiva, entre os homens, o homem é bom.”

Tanto o Iluminismo, quanto o liberalismo, buscam tirar o peso da maldade que há no homem, enquanto animal, em estado de natureza, e constrói a ideia de que o homem é igual perante a natureza e que o homem tem uma natureza boa. E por ter uma natureza boa, o homem é capaz de viver de modo civilizado.

A ideia de que o homem para construir um Estado, que represente a sua generosidade, ele abdica de sua liberdade, construída na disputa e na competição em seu estado de natureza, é, também, uma forma de acobertar que o homem seja o lobo do homem e que o homem é capaz de abdicar de sua liberdade, conquistada na disputa, em prol da humanidade.

Mas na pratica, o homem continua a ser o lobo do homem. E os mais fortes é o dono da liberdade e faz da liberdade um bem e um produto de desejo. Aqueles que não são fortes o suficiente pra ser livre, então terão que pagar pela liberdade e se adequar aos termos do contrato social ditado pelos mais fortes.

O Iluminismo, assim como o Liberalismo, deixa nas entrelinhas, que há uma tríade humana: o mais forte está acima do mediano, e o mediano acima do mais fraco. E por meio do processo de disputa e de competição é que se dar a categorização social. 

O homem mais forte está no topo da cadeia, e conceitualmente, por ser mais forte, e por ser o dono de si e de suas ações, gerência o preço da liberdade de acordo a procura; isso, porque muitos preferem viver na aba dos mais fortes e não lutar por liberdade. Podemos interpretar, que no estado de natureza, o homem mais forte seja um homem livre por ascender na cadeia do homem é o lobo do homem.

O Iluminismo, assim como o Liberalismo, em seu discurso político e filosófico, em oposição ao absolutismo, busca a centralidade da liberdade, e mediante a centralidade da liberdade, se estabelece um contrato social. Um exemplo de contrato social, que autorregula a relação entre os homens, na tríade humana: forte, mediano e fraco, é a democracia. 

A democracia pode ser dividida entre liberal e iliberal. A diferença entre a democracia liberal e a democracia iliberal, é, que na democracia liberal parece que há uma harmonia constitucional e opera em sua totalidade moral e material.

Enquanto que na democracia iliberal é quebrado o que parece ser harmônico na democracia liberal; e o que parece ser total em uma, na outra parece ser parcial. Tanto à democracia liberal, com seus benefícios processuais, quanto à democracia iliberal, têm uma essência autorreguladora: a cultura, a política e a econômico, são reguladas mediante a uma normatividade eletiva.
O Iluminismo, quanto o Liberalismo, buscam maquiar, a ideia de que o homem seja o lobo do homem. Essa maquiagem conceitual se sustenta pela organicidade pragmática da democracia, e também, porque o homem mediano faz o meio de campo na preservação da estrutura na tríade humana: forte, mediano e fraco. Podemos concluir, que o contrato social, seja uma aspiração do homem mediano em ascender em termos ético, político e econômico. 



Referência:

Iluminismo– Descartes, Bacon, Locke e Newton.
Thomas Hobbes – “O homem é o lobo do homem”
Hobbes, John Locke, Jean-Jacques Rousseau – Contrato social
Adam Smith – Liberalismo

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